MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA DO PLANEAMENTO

 

1- OBJECTO

 

A presente memória refere-se à actualização do Plano de Trabalho contratual decorrente do faseamento construtivo definido pela Afassociados depois da analise do comportamento da estrutura com as cargas permanentes e sobrecargas em fase de obra.

 

A necessidade do faseamento construtivo antes referido resulta da constatação, pelo Projectista, de que a estrutura estará submetida a diferentes estados de tensão em função das fases da obra.

 

Desta forma o planeamento que ora se apresenta caracteriza circunstâncias diferentes do anteriormente aprovado que não considerava, em conformidade com os elementos consignados, o faseamento construtivo.

 

 

2- CONSIDERAÇÕES GERAIS

 

Devido à suspensão da construção do Edifício dos Auditório encontram-se ainda por executar as seguintes partes da obra:

 

             1- Edifícios dos Auditórios

 2- Fecho das lajes do Parque de Estacionamento que se apoiam no Edifício dos Auditórios.

 3- Plaza Café e Paragem de Autocarros

 

Está também por executar a Rampa da Av. da Boavista em consequência das adaptações do projecto de execução e da realidade local das infra estruturas existentes.

 

A especificidade do projecto exigiu também a redefinição de novas soluções, não contempladas no projecto entregue, e que serão inseridas nos pormenores do projecto de escoramento em elaboração pela afassociados, a saber:

 

   - Arranque das armaduras da lajes (utilização de conectores Halfen);

   - Interrupção da execução das paredes e lajes antes da intersecção dos painéis inclinados, para evitar juntas de betonagens em locais visíveis dos painéis;

   - Escoramento dos bordos das lajes que apoiam nos painéis inclinados,

- Optimização do recurso a pós escoramentos na zona Norte,

   - A utilização da estrutura metálica do piso 8 como elemento de escoramento da laje deste piso e do da cobertura;

- Identificação de dispositivos de escoramentos especiais na zona Sul, incluindo a utilização de pilares provisórios nas aberturas dos painéis;

   - Confirmação de até que nível o conjunto parede/painel/laje é auto portante;

   - Definição da altura dos painéis de cofragem em função das alturas de betonagem (eventual redefinição da localização da juntas horizontais);

   - Redução do tempo de descofragem para menos de 3 dias;

   - Viabilização de sistema trepante para os painéis verticais e para o painel n.º 11 que é autoportante.

 

 

3- DETERMINAÇÃO DO PRAZO*

 

Para o efeito foi utilizado o método do Caminho Critico do qual resultou a calendarizarão constante do Gráfico de Gantt

 

Considerou-se o faseamento estabelecido e antes referido no conceito Global do Escoramento e os seguintes recursos fundamentais:

 

Ø      4 Gruas torres com capacidade de 150 tm;

Ø      1 Central de betão de 25 m3 por hora;

Ø      1 Auto grua de 200 t para montagem da Estrutura metálica;

Ø      3 Autobetoneiras pequenas;

Ø      1 Bomba estacionária de betão com capacidade de 90 m3 por hora a 100 bar;

Ø      1 Braço distribuidor;

Ø      1 Linha de bombagem diam 125;

Ø      1 Cj de cimbres/ cavaletes.

 

Ainda como pressuposto considerou-se que o regime de trabalhos será de 10 hora diárias todos os dias excepto domingos e feriados religiosos

 

Considerou-se também :

 

Ø            A retirada da cofragem o mais cedo quanto possível para evitar a contaminação do betão;

 

Ø            A construção do núcleo central em avanço em relação aos painéis inclinados, á zona Norte e Sul;

 

Ø            Garantia da estereotomia acima das juntas de betonagens sem recurso a utilização de fechos de lajes.

 

Evidencia-se que nas durações dos elementos verticais do piso B3, arranques e lajes do piso B2 contou-se com alguns factores de imprevisibilidade, comuns em situações similares e de complexidade técnica da obra conjugada com as intersecções dos vários elementos estruturais.

 

                       

4- Descrição da execução/Faseamento detalhado

 

Na sequência do estudo de estabilidade do edifício da Casa da Música nas várias fases de construção, desenvolvido pela Afassociados, foi considerada uma forma de avanço dos trabalhos de molde a ser executada a construção sem que, em altura alguma, fosse posta em causa a segurança, face às solicitações das peças e à sua capacidade portante, tendo em conta a idade jovem dos betões, considerando a utilização de recursos correntes (não especiais) e tendo ainda em conta a especificidade da execução da estrutura com betão branco arquitectónico.

 

ATÉ AO PISO 0

 

 

 

Assim verificou-se que a estabilidade dos vários níveis do edifício até ao piso 0 apenas se pode por em causa relativamente aos painéis inclinados, uma vez que estes apenas se tornam estáveis, na maioria dos casos, depois da execução dos elementos horizontais imediatamente próximos, ou quando atirantados a eles.

 

Tendo em conta as exigências de qualidade do betão aparente pretendida, que inibe, por um lado, um tempo excessivo de permanência dos painéis de cofragem em contacto com a peça betonada por forma a preservar a coloração final do betão, mas que por outro “pede” que os painéis de cofragem não sejam retirados antes que os seus sequentes sejam instalados como melhor forma de garantir a transmissão da estereotomia pretendida, evitando sempre que possível a colocação de pós escoramentos que poderão “ferir” as peças betonadas, foi considerada o seguinte desenvolvimento dos trabalhos:

 

1º - execução sequencial dos elementos verticais e horizontais desde o piso térreo até ao piso 0, a menos dos pontos de contacto das lajes com os painéis inclinados, deixando-se estes para uma segunda fase;

 

2º - é iniciada a montagem de escoramento para painéis inclinados em tempo de fazer coincidir a execução da laje do piso 0 com o fim da actividade de construção dos painéis inclinados até aquele mesmo nível;

 

3º - é iniciada a tarefa de execução dos painéis inclinados de forma sequencial e ininterrupta respeitando as 5 juntas de betonagem, previstas no projecto de Arquitectura, até ao piso zero;

 

4º - sempre que seja ultrapassado o nível de uma das lajes já executadas, logo que seja possível a libertação dos painéis de cofragem interiores, serão instalados tirantes desde o painel à laje

mais próxima, por forma a garantir a libertação da cofragem e escoramento da face exterior do painel;

 

5º - após a colocação dos tirantes será fechada a laje naquilo que se designa por segunda fase.

 

ACIMA DO PISO 0

 

Do piso 0 para cima, o estudo do projecto concluiu que a estrutura só pode ser executada por níveis, recorrendo-se à montagem de escoramento provisório que deve ser mantido até à construção dos elementos horizontais interiores de cada nível, até à cota 23,935, pelo lado Sul, e mesmo para se poder chegar aquela cota será necessária a aplicação de meios especiais de escoramento, quer se trate de escoras de grande porte ao solo, aplicadas entre a cota 11,09 e 14,84, quer de tirantes suspensos desde a parede Pa2 ao nível do piso 8 até uma cota entre 14,84 e 18,59.

 

ATÉ À COTA 14.84

 

Assim é considerada uma primeira fase de execução, até à cota 15,425, por níveis, tomando-se em consideração:

 

1º - execução dos elementos verticais e horizontais entre os eixos 2 e 7 a menos dos pontos de contacto das lajes com os painéis, deixando estas para uma segunda fase;

 

2º - execução sequencial dos painéis inclinados dentro daqueles alinhamentos;

 

3º - execução das segundas fases das lajes nos mesmos alinhamentos;

 

4º - execução sequencial dos restantes painéis inclinados;

 

5ª - execução dos elementos verticais e horizontais entre os eixos 1 e 2, 7 e 8.

 

 

 

ATÉ À COTA 32.78 (SEM PARTE SUL)

 

Após a execução da laje do piso 4 entre os eixos 2 e 7, será dada toda a prioridade à execução dos elementos verticais dentro daqueles eixos até ao piso 8 incluindo a respectiva laje, ainda que em paralelo com os painéis verticais dentro dos mesmos eixos, uma vez que o avanço do painel 13 e dos painéis 10 e 12, para além dos eixos referidos, encontram-se pendentes da montagem de tirantes desde o nível 8 da Pa2 depois desta se encontrar travada pela respectiva laje às paredes Pa1 e Pa3.

 

ATÉ À COTA 22.350 (PARTE SUL)

 

Logo que a laje do piso 8 se encontre executada, serão lançados os já referidos tirantes permitindo a execução dos painéis 13, 10 e 12 até à cota 22.350 devendo novamente ser suspensa esta frente.

 

ATÉ À COTA 39.545 (SEM PARTE SUL)

 

Depois da execução da laje do piso 8, que será conseguida sem recurso a escoramento à laje anterior mas antes aproveitando as vigas metálicas instaladas a esse nível, deverá ser continuada a construção sucessiva de elementos verticais, lajes e painéis exteriores, pelos níveis de betonagem previstos em projecto, onde se inclui já o painel de cobertura 5 até ao topo da Pa1.

 

Será depois fechada a cobertura entre os eixos 2 a 7, painéis 1, 4 e 5, e ainda uma faixa dos painéis 2 e 3 por sobre os painéis 10 e 12, por forma a poder ser retomada a construção do lado Sul.

 

CONCLUSÃO DA PARTE SUL

 

Após a conclusão da cobertura poderá então ser retomada a construção da parte Sul, respeitando os vários níveis de betonagem previstos, 27.57; 32.78,  e fecho à cota 39.545 onde já se inclui os painéis de cobertura 2 e 3

 

 

REFORÇO DA PAREDES MOLDADAS

 

Para os trabalhos estão previsto a constituição de equipas independentes com excepção dos armadores.

 

RAMPA DA AV. DA BOAVISTA

 

Com excepção das equipas de carpinteiros e armadores as demais serão independentes e constituídas especificamente para estes trabalhos.

 

ESCADAS PRÉ FABRICADAS

 

Estes trabalhos serão realizados em função das disponibilidades das gruas  e em função do desenvolvimento dos trabalhos do Edifício do Auditórios e naturalmente do desafogamento das áreas adjacentes.

 

 

5- MEIOS

 

5.1 Estaleiro

 

Encontra-se aprovado e definido, não se prevendo introduzir alterações significativas.

 

5.2 Equipamentos e Mão de Obra

 

Encontram-se em anexos os mapas com as quantidades que resultaram do programa.

 

 

6- Projectos

 

O presente plano de trabalhos considera que os elementos técnicos necessários para execução da obra serão devidamente entregues até 15 dias antes do inicio de

 

 

cada tarefa especifica a que concerne, ao qual deverão ser adicionados 10 dias para os trabalhos preparatórios.

 

 

7- RENDIMENTOS

 

Fase a realidade da obra considerou-se os seguintes rendimentos:

 

Ø      Cimbres / Cavaletes: 200 m3 por dia

 

Ø      Armadores de Ferro: 10 ton. homem por mês.

 

Ø      Carpinteiros:

 

                        Painéis:           10 m2 / HD

                        Paredes:           5 m2 / HD

                        Lajes:              4.5 m2 / HD

 

Considerou-se o trabalho em simultâneo de 1 frente de elementos verticais, 1 de laje e 2 de painéis inclinados. Esta configuração ocorrerá a partir do piso B1.

 

 

Porto, 17 de Dezembro de 2001

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



* Não se encontra incluído no prazo global o tempo de desmontagem das grua e para o fecho do parque na zona de implantação das gruas.