DETERMINAÇÃO DO PRAZO GLOBAL DA EMPREITADA
1- Opção do faseamento construtivo
Para a determinação do prazo da obra e da elaboração de um
Plano de Trabalho que atendesse ao interesse do Dono da Obra, conforme
acordado, procedeu-se há inventariação de soluções para o projecto de
escoramento da obra em fase construtiva e durante os estudos desenvolvidos pela
Afassociados com a participação do Consórcio, por exclusão de partes e
despistes de vários factores que alteravam o produto final, a solução mais
eficaz já apontava para o faseamento proposto nos volumes I e II anexos.
O faseamento construtivo que ora se apresenta e no qual se
baseia o plano de trabalho de determinação do prazo global foi definido pela
Afassociados depois da analise do comportamento da estrutura com as cargas
permanentes e sobrecargas em fase de obra ( ver vol I ).
O referido faseamento assegura maior velocidade de construção, o
progresso dos trabalhos não afectam as zonas com maiores graus de acabamentos e
a sua escolha exigiu que fossem resolvidas as seguintes questões ( Conclusões
das reuniões realizadas nos dia 6 e 12 de Setembro/2001):
- Arranque das armaduras da lajes,
-
Interrupção da execução das paredes e lajes antes da intersecção dos painéis
inclinados, para evitar juntas de betonagens em locais visíveis dos painéis,
- Escoramento dos bordos das lajes que apoiam
nos painéis inclinados,
- Optimização do recurso a pós escoramentos
na zona Norte,
-
Identificação de dispositivos de escoramentos especiais na zona Sul,
inclusivamente a utilização de pilares provisórios nas aberturas dos painéis (
acta nº7 ),
- Confirmação de até que nível o conjunto
parede/painel/laje é auto portante,
-
Definição da altura dos painéis de cofragens em função das alturas das
betonagens,
- Redução do tempo de descofragem para menos
de 3 dias,
- Viabilização de um sistema trepante para eliminar os tirantes
propostos pela Peri ( painel 11 ),
- Verificação da estabilidade das fases construtivas identificando a necessidade de pós escoramentos ou atirantamentos.
- Utilização de cofragens trepantes nos
painéis verticais.
2- Determinação do prazo
Para o
efeito foi utilizado o método do Caminho Critico do qual resultou a
calendarizarão constante do Gráfico de Gantt em anexo com um número de
actividades que caracterizam a execução da obra.
Com
efeito considerou-se o faseamento estabelecido e antes referido no conceito
Global do Escoramento e os seguintes recursos fundamentais:
§
4 Gruas torres com capacidade de 150 tm
§
1 Central de betão de 25 m3 por hora
§
3 Autobetoneiras pequenas
§
1 Bomba estacionária de betão com capacidade de 90 m3
por hora a 100 bar
§
1 Braço distribuidor
§
1 Linha de bombagem diam 125
§
1 Cj de cimbres / cavaletes
Ainda como pressuposto considerou-se que o regime de trabalhos será de
10 hora diárias todos os dias excepto domingos e feriados religiosos.
Considerou-se
também :
a) A retirada da cofragem o mais cedo quanto possível para evitar a contaminação do betão.
b) A construção do núcleo central em avanço em relação aos painéis inclinados,
c) A utilização da estrutura metálica do piso 8 como elemento de escoramento da laje deste piso e do da cobertura,
d) Garantia da estereotomia acima das juntas de betonagens sem utilização de fechos de lajes,
e) Conformidade com o Projecto de Arquitectura e implicações na estrutura definitiva,
f) Manter as juntas horizontais de betonagens previstas no projecto inicial.
3- Descrição da
execução/Faseamento detalhado
Na
sequência do estudo de estabilidade do edifício da Casa da Música nas várias
fases de construção, desenvolvido pela Afassociados, foi considerada uma forma
de avanço dos trabalhos de molde a ser executada a construção sem que em altura
alguma, fosse posta em causa a segurança, face às solicitações das peças e à sua
capacidade portante tendo em conta a idade jovem dos betões, considerando a
utilização de recursos correntes (não especiais) e tendo ainda em conta a
especificidade da execução com betão branco arquitectónico.
ATÉ AO
PISO 0
Assim
verificou-se que a estabilidade dos vários níveis do edifício até ao piso 0
apenas se pode por em causa relativamente aos painéis inclinados, uma vez que
estes apenas se tornam estáveis depois da execução dos elementos horizontais
imediatamente próximos, ou quando atirantados a eles.
(As
restantes peças estruturais, designadamente as do núcleo central, não foram
objecto de maior estudo por se considerarem estruturas comuns).
Tendo em
conta o cuidado na qualidade do betão aparente pretendida, que inibe por um
lado um tempo excessivo de permanência dos painéis de cofragem em contacto com
a peça betonada por forma a preservar a coloração final do betão, mas que por
outro “pede” que os painéis de cofragem não sejam retirados antes que os seus
sequentes sejam instalados como melhor forma de garantir a transmissão da
estereotomia pretendida, evitando sempre que possível a colocação de pós
escoramentos que poderão “ferir” as peças betonadas, foi considerada o seguinte
desenvolvimento dos trabalhos:
1º -
execução sequencial dos elementos verticais e horizontais desde o piso térreo
até ao piso 0, a menos dos pontos de contacto das lajes com os painéis
inclinados, deixando-se estas para uma segunda fase.
2º - é iniciada a montagem
de escoramento para painéis inclinados em tempo de fazer coincidir a execução
da laje do piso 0 com o fim da actividade de construção dos painéis inclinados
até aquele mesmo nível.
3º - é
iniciada a tarefa de execução dos painéis inclinados de forma sequencial e
ininterrupta respeitando as 5 juntas de betonagem, previstas no projecto de
Arquitectura, até ao piso zero.
4º - sempre que seja ultrapassado o nível de uma das lajes
já executadas, logo que seja possível a libertação dos painéis de cofragem
interiores, serão instalados tirantes desde o painel à laje mais próxima, por
forma a garantir a libertação da cofragem e escoramento da face exterior do
painel.
5º - após
a colocação dos tirantes será fechada a laje naquilo que se designa por segunda
fase.
ACIMA DO PISO 0
Do piso 0
para cima, o estudo do projecto concluiu que a estrutura só pode ser executada
por níveis, recorrendo-se à montagem de escoramento provisório que deve ser
mantido até à construção dos elementos horizontais interiores de cada nível,
até à cota 23,935, pelo lado Sul, e mesmo para se poder chegar aquela cota será
necessária a aplicação de meios especiais de escoramento, quer se trate de
escoras de grande porte ao solo, aplicadas entre a cota 8,66 e 15,425, quer de
tirantes suspensos desde a parede Pa2 ao nível do piso 8 até uma cota entre
15,425 e 19,815.
ATÉ À COTA
15.425
Assim é
considerada uma primeira fase de execução, até à cota 15,425, por níveis,
tomando-se em consideração:
1º -
execução dos elementos verticais e horizontais entre os eixos 2 e 7 a menos dos
pontos de contacto das lajes com os painéis, deixando estas para uma segunda
fase
2º - execução sequencial
dos painéis inclinados dentro daqueles alinhamentos
3º -
execução das segundas fases das lajes nos mesmos alinhamentos
4º -
execução sequencial dos restantes painéis inclinados
5º -
execução dos elementos verticais e horizontais entre os eixos 1 e 2, 7 e 8
ATÉ À COTA
30.605 (SEM PARTE SUL)
Após a
execução da laje do piso 4 entre os eixos 2 e 7, será dada toda a prioridade à
execução dos elementos verticais dentro daqueles eixos até ao piso 8 incluindo
a respectiva laje, ainda que em paralelo com os painéis verticais dentro dos
mesmos eixos, uma vez que o avanço do painel 13 e dos painéis 10 e 12 para além
dos eixos referidos se encontram pendentes da montagem de tirantes desde o
nível 8 da Pa2 depois desta se encontrar travada pela respectiva laje às
paredes Pa1 e Pa3.
ATÉ À COTA
23.935 (PARTE SUL)
Logo que a
laje do piso 8 se encontre executada, serão lançados os já referidos tirantes
permitindo a execução do painel 13, 10 e 12 até à cota 23.935 devendo novamente
ser suspensa esta frente
ATÉ À COTA
39.545 (SEM PARTE SUL)
Depois da
execução da laje do piso 8, que será conseguida sem recurso a escoramento à
laje anterior mas antes aproveitando as vigas metálicas instaladas a esse
nível, deverá ser continuada a construção sucessiva de elementos verticais,
lajes e painéis exteriores, pelos níveis de betonagem
previstos
em projecto, onde se inclui já o painel de cobertura 5 até ao topo da Pa1
Será
depois fechada a cobertura entre os eixos 2 a 7, painéis 1, 4 e 5, e ainda uma
faixa dos painéis 2 e 3 por sobre os painéis 10 e 12 por forma a poder ser
retomada a construção do lado Sul
CONCLUSÃO
DA PARTE SUL
Após a
conclusão da cobertura poderá então ser retomada a construção da parte Sul,
respeitando os vários níveis de betonagem previstos, 27.605; 30.605, 34.105,
37.605 e fecho à cota 39.545 onde já se inclui os painéis de cobertura 2 e 3
4- Cronograma físico de execução
Em anexo o gráfico de GANTT.
Porto, 20 de Novembro de 2001
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Arthur Cruz Neto (Engº Civil)